segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Avante número 15


Periódico mensal do núcleo Paulo Petry, distribuido aos estudantes brasilerios em Cuba, às juventudes comunistas da América Latina representadas na Ilha Socialista, à UJC/Cuba e a diversos intelectuais marxistas cubanos.


A XV edição publicada em dezembro de 2010.

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domingo, 7 de novembro de 2010

Avante número 14


Periódico mensal do núcleo Paulo Petry, distribuido aos estudantes brasilerios em Cuba, às juventudes comunistas da América Latina representadas na Ilha Socialista, à UJC/Cuba e a diversos intelectuais marxistas cubanos.


A XIV edição publicada em novembro de 2010.

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sábado, 11 de setembro de 2010

AGOSTO VERMELHO UJC/PCB

AGOSTO VERMELHO UJC/PCB
No dia 19 na UFSC, nos reunimos sob o Tema CUBA VIVE: o socialismo e a saúde na revolução cubana. Na ocasião compareceram cerca de 45 estudantes de diversos cursos, que levantaram questões interessantes em relação ao tema. O evento foi realizado no Mini-auditório do centro de filosofia e ciências humanas da universidade e contou com a presença do camarada Otávio, estudante da Escola Latino-americana de Medicina, que apresentou o tema e falou um pouco de sua vivência em Cuba.

O jovem comunista expôs, de maneira empolgante, o processo revolucionário desde Serra Maestra até a resistência à persistente intensiva anti-revolucionária dos dias atuais, desmistificando as falsas informações que se tem de Cuba com dados das conquistas do povo cubano. Apresentou as contradições geradas tanto pelo bloqueio econômico quanto pela abertura da Ilha para o turismo, mostrou o quanto isso influencia as novas gerações, que por não terem vivenciado os períodos mais significantes da revolução são mais suscetíveis as ilusões do Capital.

Ao desenrolar da explanação os questionamentos e curiosidade foram surgindo por parte do público, sobre a democracia em Cuba, sobre as condições para o estudo de medicina, sobre a opressão e luta de classes na Ilha.

A União da Juventude Comunista presta toda sua solidariedade militante ao povo cubano, a construção do socialismo e as conquistas que a ferro e fogo foram feitas pelo povo cubano, que resiste bravamente às garras da águia americana.

VIVA A RECOLUÇÃO CUBANA

VIVA O SOCIALISMO

VIVA A UNIÃO DA JUVUNTUDE COMUNISTA


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Ex-menina de rua de SP estuda Medicina em Cuba.

Fonte: BALAIO DO KOTSCHO

Graças a alguns “papa-hóstias”, como costumo chamar meus amigos da igreja, fiquei sabendo da história dela durante um agradável almoço na Feijoada da Lana, na Vila Madalena, a melhor da cidade. Repórter vive disso: tem que andar por aí, conversar com todo mundo para descobrir as novidades, ficar sabendo de personagens cuja vida vale a pena ser contada.
É este o caso da jovem Gisele Antunes Rodrigues, de 23 anos, ex-menina de rua de São Paulo, nascida em Ribeirão Pires, que deu a volta por cima e hoje está no terceiro ano de Medicina. Detalhe: ela estuda no Instituto Superior de Ciências Médicas de La Habana, em Cuba, onde estão matriculados outros 275 brasileiros.
Gisele veio passar as férias no Brasil e, na próxima semana, volta a Cuba. Como ela foi parar lá? Ninguém melhor do que a própria Gisele, que escreve muito bem, para nos contar como é a vida lá e como foi esta sua incrível travessia das ruas de São Paulo até cursar uma faculdade de Medicina em outro país.
A meu pedido, Gisele enviou seu depoimento nesta sexta-feira e eu pedi autorização para poder reproduzí-lo aqui no Balaio. Tenho certeza de que esta comovente história com final feliz pode servir de estímulo e inspiração a outros jovens que vivem em dificuldades.

Só mais uma brasileira

Saí de casa com 9 anos de idade porque minha mãe espancava eu e meu irmão. Não tínhamos comida, o básico para sobreviver. Meu pai nunca foi presente. É um alcoólatra que só vi duas vezes na vida. Minha mãe é uma mulher honesta, mas que não conseguia educar seus filhos. Já foi constatado que ela tem problemas mentais.
Ela trabalhava como cigana na Praça da República. Quando eu fugi de casa segui esse caminho, e encontrei uma grande quantidade de meninos e meninas de rua. Apresentei-me a um deles, este me ensinou como chegar em um albergue para jovens, e a partir desse momento passei a ser menina de rua. Só comparecia nessa instituição para comer, tomar banho e ter um pouco de infância (brincar). No meu quinto dia na rua, comecei a cheirar cola e depois maconha.
Alguns educadores preocupados com a minha situação tentavam me orientar, mas de nada valia. Foi quando me apresentaram a uma religiosa, a irmã Ana Maria, que me encaminhou para um abrigo, o Sol e Vida. Passei uns três anos lá e deixei de usar dogras. Esta instituição não era financiada pelo governo. Quando foi fechada, me encaminharam a outros abrigos da prefeitura, entre eles o Instituto Dom Bosco, do Bom Retiro. E assim foi, até os 17 anos.
Para alguém que usa droga, não era fácil seguir regras. Foi por muita persistência e um ótimo trabalho de vários educadores que eu consegui deixar a drogas, sair da desnutrição e recuperar a saúde após anemia grave.
Na infância, era rebelde, não queria aceitar a minha situação. Apenas queria ter uma família. Mas havia algo que eu valorizava _ a escola e os cursos que eu fazia na adolescência. Aos 14 anos de idade, comecei a jogar futebol, tive a minha primeira remuneração. Aos 16 anos, entrei em uma empresa, a Ericsson, que capacitava jovens dos abrigos para o mercado de trabalho. Essa empresa financiou meu curso de auxiliar de enfermagem e o inicio do técnico. O último não foi possível concluir.
Explico: existe uma lei nas instituições públicas segunda a qual o jovem a partir dos 17 anos e 11 meses não é mais sustentado pelo governo, tem que se manter sozinho. Como eu não tinha contato com a minha família, quando se aproximou a data de completar essa idade, entrei em desespero.
A sorte foi que a entidade, o Instituto Dom Bosco Bom Retiro, criou um projeto denominado Aquece Horizonte. Este projeto é uma república para jovens que, ao sair do abrigo, podem ficar lá até os 21 anos. Os coordenadores e patrocinadores acompanham o desenvolvimento do jovem neste período de amadurecimento.
As regras mais básicas da república são: trabalhar, estudar e querer vencer na vida. No segundo ano de república, eu desejava entrar na universidade, mas sabia que não tinha condições de pagar a faculdade de enfermagem ou conseguir passar na universidade pública.
Optei então por fazer a faculdade de pedagogia. É uma área que me encanta, e a única que podia pagar. No primeiro semestre da faculdade de pedagogia, um educador do abrigo, o Ivandro, me chamou pra uma conversa e me informou sobre um processo seletivo para estudar medicina em Cuba. Fiquei contente e aceitei participar da seleção.
Passei pelo processo seletivo no consulado cubano e estou desde 2007 em Cuba. Dou inicio ao terceiro ano de medicina no dia 06 de setembro de 2010. São 7 anos no país, sendo 6 de medicina e um de pré-médico.
Ir a Cuba foi minha maior conquista. Além de aprender sobre a medicina, aprendo sobre a vida, a importância dos valores. Antes de ir, sempre lia reportagens negativas sobre o país, mas quando cheguei lá, não foi isso que vi. Em Cuba, todos têm direito a educação, saúde, cultura, lazer e o básico pra sobreviver.
Li em muitas revistas que o Fidel Castro é um ditador, e descobri em Cuba, que ele é amado e idolatrado pelos cubanos. Escrevem que Cuba é o país da miséria. Mas de que tipo de miséria eles falam? Interpreto como miséria o que passei na infância. Em casa, não tinha água encanada, luz, comida.
Recordo que tinha dias em que eu, meu irmão e minha mãe não conseguíamos nos levantar da cama devido a fraqueza por falta de alimento. Tomávamos água doce pra esquecer a fome. Então, quando abro uma revista publicada no Brasil e nela está escrito que Cuba é um país miserável, eu me pergunto: se em Cuba, onde todos têm os direitos a saúde, educação, moradia, lazer e alimento, como podemos denominar o Brasil?
Temos um país com riqueza imensa, que conquistou o 8º lugar no ranking dos países mais ricos, mas sua riqueza se concentra nas mãos de poucos, com uns 60 % da população vivendo em uma miséria verdadeira, pior que a miséria da minha infância.
Cuba sofre um embargo econômico imposto pelos estados Unidos por ser um país socialista e é criticado por outros governos. No entanto, consegue dar bolsa para mais de 15 mil estrangeiros de vários países, se destaca na área da saúde (gratuita), educação (colegial, médio, técnico e superior gratuito para todos) e esporte (2º lugar no quadro de medalhas, na historia dos Jogos Panamericanos), é livre de analfabetismo.
A cada mil nascidos vivos morrem menos de 4. Vivenciando tudo isso, eu queria também que o Brasil fosse miserável como Cuba, como é escrito em varias revistas. Acho que o brasileiro estaria melhor e não seria tão comum encontrar tantos jovens sem educação, matando, roubando e se drogando nas ruas.
Vou passar mais quatro anos em Cuba e não quero deixar o curso por nada. Desejo concluir a faculdade e ajudar esse povo carente que sonha com melhoras na área da saúde, quero ajudar outros jovens a realizar os seus sonhos , como me ajudaram. Também pretendo apoiar meu irmão, que deseja estudar direito.
Tenho meu irmão como exemplo de superação. Saiu de casa com 13 anos de idade, mas não foi para uma instituição governamental. Morou em um cômodo que seu patrão lhe ofereceu. Enquanto eu estudava e fazia cursos, ele estava trabalhando para ter o pão de cada dia. Hoje, ele é um homem com 25 anos de idade, casado e tem uma filha linda, e mesmo assim encontra tempo pra me apoiar e me dar conselhos.
Foi muito bom visitar o Brasil. Depois de longos 13 anos tive um tipo de comunicação com a minha mãe. Isso pra mim é uma vitoria. Quero estar próxima dela quando voltar.
Conto um pouco da minha história, mas sei que muitos brasileiros ultrapassaram barreiras piores, até realizarem seus sonhos. Peço ao povo brasileiro que continue lutando. É período de eleições, peço também que todos votem com consciência, escolha a pessoa adequada pra administrar o nosso país tão injusto.

Gisele Antunes Rodrigues

Ser culto é o único modo de ser livre (José Martí)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Luiz Carlos Prestes - Discurso em Havana

Discurso em Havana na Conferência Sobre a Dívida Externa
Luiz Carlos Prestes - julho de 1985


Companheiro Comandante Fidel Castro.
Companheiros da presidência.
Companheiros e amigos todos.


Sinto-me no dever, de início, de agradecer ao povo cubano, ao seu Governo e ao seu eminente dirigente, companheiro Fidel Castro, o convite com que me honrou para participar deste importante e já histórico evento.
Para evitar equívocos, permitam-me, aqueles dos participantes neste Conclave que não conhecem minha atual posição política na sociedade brasileira, algumas palavras esclarecedoras. Represento aqui apenas os numerosos amigos que tenho no Brasil. Não exerço nenhum cargo nem tenho nenhum posto de dirigente, porque não participo hoje de nenhum Partido político. Sou apenas um revolucionário que já tem mais de 60 anos de atividade política. Fui capitão do Exército Brasileiro, dele expulso duas vezes. Fui modesto guerrilheiro, senador da República, e tenho a honra de ter meu nome em primeiro lugar na primeira lista dos cidadãos que no Brasil, em decorrência do golpe militar reacionário de 1964, tiveram seus direitos políticos cassados por dez anos.
Em artigo um tanto irônico, escreve um dos jornais mais conservadores do Brasil, para não dizer reacionário, "O Estado de São Paulo", recentemente:
"Os brasileiros sempre gostaram de usar superlativos para descrever seu país. Afinal, ele é o maior e o mais populoso da América Latina, o maior país católico do mundo e possui o maior "parque industrial" do Terceiro Mundo, com um Produto Nacional Bruto, em 1982, de 296 bilhões de dólares norte-americanos, equiparando-se ao Canadá. Durante as décadas de 60 e 70, ele tinha uma das economias de crescimento mais rápido do mundo, durante oito anos — de 1967 a 1974 —, na assim chamada era do "milagre", sua economia cresceu à taxa impressionante de 14% ao ano. A "metade do continente" da América do Sul também possui a maior barragem hidroelétrica do mundo, Itaipú, que começou a operar em outubro de 1984".
Mas devemos atualizar este quadro. O Brasil também tem, nos dias de hoje, a maior dívida externa do Terceiro Mundo. Ela chega ao nível de 108 bilhões de dólares. Entre 1964 e 1984, a dívida externa brasileira aumentou 28,5 vezes, passando de 3,5 para mais de 100 bilhões. E estamos pagando juros variáveis (do tipo libor), que já chegaram a mais de 21,5% ao ano, quando a taxa de juros normal não deve passar de 5%. Nosso País, por isso, já pagou, só de excesso de juros, nos últimos anos mais de 40 bilhões de dólares. Somente com o serviço da dívida, paga hoje, o governo de 10 a 13 bilhões de dólares ao ano, o que corresponde ao saído do balanço comercial.
Esse escandaloso aumento da dívida externa tem, entre outras, duas causas principais. De um lado, o singular patriotismo dos generais brasileiros que governaram o País nos últimos 21 anos. Foram eles, não apenas torturadores e assassinos de presos políticos, mas também governantes que julgavam que para serem patriotas cabia-lhes fazer do Brasil uma grande potência, inclusive com bomba atômica, a custa do apelo ao capital estrangeiro, mas com um povo passando fome. De outro lado, não podemos também deixar de assinalar a responsabilidade dos banqueiros e das grandes potências imperialistas, particularmente dos EE.UU., que recebendo em depósito os petrodólares dos países árabes, tratavam de aplicar esses vultosos recursos nos países submetidos a ditaduras militares reacionárias. Tais como o Brasil, em que viam, com razão, o paraíso para o capital estrangeiro, onde não havia e não há nenhum controle ou limitação para os lucros, nem para a saída deles para o exterior.
Mas ao examinarmos a problemática da dívida externa no Brasil, devemos assinalar que não se trata de um evento novo, resultante apenas da ditadura militar imposta ao nosso povo pelo golpe militar reacionário de 1964. É um velho e mais de centenário problema. Já em 1824, dois anos após a Independência, Martim Francisco, Primeiro Ministro da Independência, diante de uma primeira proposta de empréstimo externo, chamava a isto de "medida perniciosa" e agregava que levava a "um abismo que os governos nunca a adotam senão para oprimirem mais facilmente os povos".
E, com efeito, como já foi dito desta tribuna por mais de um orador, o problema da dívida externa não é meramente um problema técnico e financeiro, é essencialmente político. Não basta porém dizer que é um problema político, mas mostrar que ele se relaciona diretamente com a situação de crescente submissão do País ao capital estrangeiro, à crescente escravidão do povo às grandes potências imperiafistas. Sua problemática é inseparável também do próprio regime capitalista, em que dominam, como acontece hoje no Brasil, os monopólios nacionais e estrangeiros, muito especialmente as multinacionais, que são, em nosso País, donas do dinheiro e do poder. E, como nos livrarmos delas? Como dar solução aos graves problemas econômicos e sociais, decorrentes do capitalismo dependente, que afligem hoje o povo brasileiro? Já em 1975, na reunião dos Partidos Comunistas e Operários de América Latina e do Caribe, aqui mesmo nesta formosa cidade de Havana, chegamos à conclusão de que, em nossos países, já nenhum grande problema, como, por exemplo, o da terra, o da fome de massas de milhões, o da miséria crônica e crescente, o do analfabetismo e da falta de instrução em geral, o da saúde pública, não podem ser solucionados enquanto perdurar o regime capitalista. É indispensável um outro regime. E aqui não posso deixar de citar, com a devida venia, um dirigente operário de talento aqui presente — o companheiro Lula, o qual depois de dirigir três greves econômicas pela elevação de salários e melhores condições de trabalho, nos anos de 1978, 79 e 80, chegou a afirmar, em 1981:
"Não basta elevar salários, é necessário mudar o regime".
Evidentemente, aqui se trata do regime social, por outro livre da exploração do homem pelo homem, o regime já alcançado pelo querido povo cubano, que justamente por isso é para todos os revolucionários de América Latina e do Caribe, a nossa estrela-guia.
Trata-se, portanto, da revolução socialista, que está na ordem-do-dia em nosso Continente, já que em toda a América Latina e Caribe, mesmo naqueles países de menores dimensões, com a exceção de algumas colônias apenas, já é o capitalismo a formação econômica-social dominante. Em nosso País, nós, comunistas, durante muitos anos, por desconhecer a realidade brasileira, negávamos o capitalismo, víamos nosso País como se fosse colonial ou semicolonial, caracterizávamos a revolução no Brasil como nacional libertadora e lutávamos por um governo capitalista, nacionalista e democrático. É certo que, em nosso País, ainda há hoje, políticos e partidos políticos, considerados como de esquerda, que continuam lutando por um novo governo capitalista, dito nacionalista e democrático, e que, justamente por isto, dá conseqüentemente, inteiro apoio ao atual governo do senhor José Sarney, e reclamam participar da "Aliança Democrática" e do "Pacto Social", que o governo federal do Brasil vem propondo às forças políticas e sociais.
Mas, se achamos que o acertado, nas atuais condições brasileiras, é lutar pela revolução socialista, ou, melhor", por aquela que abra caminho para o socialismo (antilatifundiária, antimperialista e antimonopolista), também sabemos que a revolução não pode se realizar quando se quer. Ela só poderá eclodir e ser vitoriosa quando existam as condições objetivas e subjetivas para tanto indispensáveis. E tudo indica que em nosso Continente, se crescem cada vez mais as condições objetivas, as subjetivas ainda se retardam. Estamos longe também da indispensável organização e unidade da maioria esmagadora da classe operária, faltam-nos ainda partidos revolucionários efetivamente ligados às grandes massas trabalhadoras e populares.
Se ainda não é possível a revolução, isto não significa que fiquemos de braços cruzados. No Brasil, temos chamado os trabalhadores a lutarem por medidas de emergência, de caráter limitado ou reformista, contra a fome, a falta de trabalho, por um subsídio-desemprego, contra a inflação, e a carestia do custo de vida, afirmando que é dever dos governantes tomar medidas que minorem os sofrimentos do povo. Igualmente fazemos o possível para levar o povo a lutar pela paz mundial contra uma terceira guerra mundial e contra a corrida armamentista, em solidariedade com a Nicarágua, El Salvador e demais povos que lutam pelo progresso social.
E tudo indica que, é diante dessa situação, que o companheiro
Fidel Castro, que se destaca pela sua grande confiança na força das massas trabalhadoras, agora nos chama a lutar pela mobilização das massas para pressionarem os governos de América Latina e do Caribe, a fim de que se unam e, juntos, neguem-se, em nome de seus povos, a pagar as enormes dívidas ou, mesmo, apenas o serviço das dívidas, que chegam a consideráveis somas. Pagamentos que determinam a recessão econômica, à diminuição de produto interno bruto e também ao conseqüente desemprego para milhões de trabalhadores. Repudiem também as medidas draconianas impostas a nossos povos por esse sindicato do capital financeiro internacional que é o Fundo Monetário Internacional.
Estamos assim, por tudo isso, de pleno acordo com a proposta de ação de massas nos termos expressos na "
ATA DE HAVANA", aprovada pela Conferência Sindical recentemente realizada nesta Capital.
É com esta mobilização de massas que intensificaremos, como é necessário, em todo o Continente, a luta contra o imperialismo, luta que, como devemos reconhecer tem, nos últimos anos baixado consideravelmente de nível, já que se tem concentrado fundamentalmente na ação contra as ditaduras militares e pela democracia. É, no entanto, na justa combinação da luta pela democracia e contra o imperialismo, que continua sendo o inimigo principal de nossos povos, que se elevará o nível de consciência política dos povos de América Latina. Crescerá, assim, o fator subjetivo, ainda em retardo, como já assinalamos, em relação ao objetivo, cada dia mais evidente em todo o Continente.
Partindo pois da luta contra o pagamento da dívida externa, já impagável pelos nossos povos, intensificaremos a luta contra o imperialismo e pela democracia em todo o Continente e haveremos de organizar as massas trabalhadoras e populares na grande força capaz de compelir seus governantes a vencer divergências entre eles e encontrarem o terreno comum que lhes dará forças para enfrentarem o imperialismo e resolverem de acordo com os interesses do povo a questão da dívida externa e abrirem caminho para a completa independência nacional e o progresso social.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

POEMA

À vitória do PCB nas eleições 2010


Eu perco

para a televisão
para a frustração
para o dinheiro
eleições, corrupção, religião
pra Deus e o mundo

Mas venço

no voto sincero de solidariedade
de quem deposita seu coração e forças
na vitória da humanidade



Walter Titz Neto, militante do núcleo Paulo Petry da UJC

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

BRIGADA ESTUDANTIL DE SAÚDE - SUZANO/SP


Por Walter Titz Neto, militante do núcleo Paulo Petry da UJC


Suzano é uma cidade atípica no Estado de São Paulo, com respeito à saúde pública. Durante cinco dias, do dia 09 ao dia 13 de agosto, doze estudantes da Escola Latino Americana de Medicina puderam perceber essa diferença. A cidade tem avançado na implantação de medidas públicas para a saúde, como é o caso da UBSF, Unidade Básica de Saúde da Família, que conta com uma equipe básica de saúde, na qual o médico é apenas um profissional, assim como o enfermeiro, o psicólogo, o agente comunitário, entre outros profissionais.

Os estudantes brasileiros vindos de Cuba, entre eles três estudantes do núcleo Paulo Petry da UJC, realizaram um trabalho voluntário junto ao bairro São José, na mesma cidade de Suzano. A UBSF local conta com dois médicos generalistas, um deles graduado em Cuba – outra peculiaridade da cidade.

O bairro é habitado por mais de 15 mil pessoas e, apesar dos avanços na área da saúde, ainda são evidentes e marcantes os problemas, como, por exemplo, a comunidade contar com apenas dois médicos generalistas para o já citado número de habitantes – mais de 15 mil! Há muitas casas semi-construídas, quando não destruídas, e o problema com o esgoto, e o mal cheiro, existe em quase todas as ruas.

A Brigada Estudantil pela Saúde, BES, de São Paulo notou como é triste a realidade de quem vive a esperar – por dias melhores. Suzano não foge à regra quanto às más condições das moradias, lotadas e a maioria apresentando umidade, nem em relação à frustração dos jovens – cada vez mais perdidos e sem oportunidades em meio aos padrões capitalistas.

Mas entre tantas casas, tantas lágrimas e sorrisos, na vontade por ouvir e na ansiedade de falar, aprendemos e abrimos um espaço importante de discussão com a população, expressada na fala da Gerente da UBSF no último dia de trabalho voluntário: “um mundo melhor é possível por meio do socialismo”.

A solidariedade trazida desde Cuba, junto à Medicina, encontrou um abrigo no coração da população de Suzano e o “bichinho” do Socialismo começa a fomentar novas paixões. Aos jovens estudantes fica mais uma lição de humanidade desde esse povo brasileiro e a certeza de que a BES – São Paulo deve continuar, com o seu trabalho de promoção e prevenção da saúde, contagiando outras cidades.

Viva o povo de Suzano!Viva o povo cubano, solidarizando a esperança!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

BRIGADA ESTUDANTIL DE SAÚDE - NORDESTE


Avaliaçao da BES-nordeste por um militante da UJC




Nós da brigada estudantil de saúde tivemos dois dias na cidade de Carius, Ceará em um distrito chamado Caipu, passamos visitando a comunidade porta em porta coletando dados para analisar e dar soluções.
Pra nós estudantes de medicina em Cuba é uma experiência enorme sair de Cuba conhecendo o sistema de saúde cubano e comparar com o SUS, em muitas regiões brasileiras principalmente nas zonas rurais.
No eixo socioeconômico percebemos uma grande desigualdade social, muitas pessoas não tem nem uma moradia familiar decente, essas moradias são inadequadas, por exemplo, as casas de taipa é um fator de risco, por que favorece o desenvolvimento de vetores que transmite doenças como chagas. A falta de saneamento falta de banheiro, coleta de lixo tudo isso favorece ao surgimento de muitas doenças. A alimentação é dos requisitos principais para uma boa saúde, mas observamos que nem todas as família podem ter uma alimentação de qualidade por falta de emprego e de uma boa renda para poder comprar o necessário para uma boa dieta. O analfabetismo também é um grande problema de saúde os analfabetos não têm tanto acesso a informações no que muitas vezes os tornam rígidos colaborar na própria atenção primaria.
Por outro lado fomos até a cidade para sentir um pouco as diferenças que existem entre os dois lados o que eu de forma diferenciada “saúde do campo e saúde da cidade e/ou urbana”, percebemos que o sistema único de saúde não esta respeitando as diferenças culturais e socioeconômicas, todos os serviços de saúde fazem com que a comunidade se adapte ao posto ou centro de saúde, de onde recebem atenção primaria, isso é extremadamente errado o que deveria ser de tal forma: o serviço de saúde devem se adaptar as comunidades as diferentes realidades, vou citar um exemplo que presenciei aqui em Fortaleza em um centro de saúde, na área de atendimento deste centro existe um morro, periferia da cidade parte mais pobre desta capital, neste morro existem atualmente uma grande rivalidade entre gangues deste mesmo local, resulta que muita gente não podem ir até o centro de saúde porque se o encontram matam só porque fazem parte de outra área, os medico de família dentre eles maioria formados em Cuba e outros profissionais Veterinário, preparador físico e outros que compõem a equipe multidisciplinar assim chamada por eles, resolveram fazer o atendimento domiciliar dentro do morro, onde são respeitados e protegidos pelos próprios moradores, lá previnem, consultam, medicam, acompanham as crianças. Eu entrei e fiz esta analise de que se eles não se adaptassem as questões culturais e socioeconômicas desta comunidade já, mas estariam fazem atenção primaria.
Hoje em nosso país a atenção primaria quase não funciona, porque os médicos não querem ser médicos de família do povo, querem seguir no modelos liberal privatista onde tem que andar de branco esta em uma sala com ar-condicionado receitando e curando sem prevenir. Já a atenção secundaria e terciária esta a maior quantidade de profissionais da saúde, porque fizeram da saúde do povo uma mercadoria onde o produto é o povo doente, pra que eles vão prevenir?
Por isso não querem aceitar nós médicos formados em Cuba onde a maioria se desafia em trabalhar na atenção primaria da saúde promovendo e prevenindo, lutando contra as desigualdades sociais, por se queremos fazer medicina e dar saúde pra o povo o médicos tem que lutar contra as desigualdades sociais, água tratada para todos, moradia adequada para todos, alimentação saudável para todos, escolaridade para terem profissionais de todos as áreas não só da saúde como da educação e que seja igual para todos. Não sendo assim seremos médicos, mas não faremos medicina.

Saúde: por justiça social e soberania popular!

Joelson Santos, militante do MST/PE e do núcleo Paulo Petry da UJC

domingo, 15 de agosto de 2010

BRIGADA ESTUDANTIL DE SAÚDE - PR 2010



Do dia 30 de julho ao dia 8 de agosto, um grupo de 12 estudantes de medicina brasileiros da Escola Latino Americana da Medicina e um companheiro argentino estudante de psicologia na Univ. de Córdoba, realizaram uma Brigada Estudantil de Saúde - BES, que trabalhou intensamente em acampamentos e assentamentos do MST no Estado do PR. O núcleo Paulo Petry da UJC esteve presente na atividade com 4 militantes, apoiando e contribuindo na organização da BES, assim como militantes do próprio MST, do MMC e estudantes independentes.

Durante os 9 dias da Brigada o intercambio com os militantes do MST foi intenso. Por parte dos estudantes aproximar-se mais da realidade dura e sofrida, com pitadas de alegria e esperança, do campo no Brasil foi um experiência inesquecível e marcante - fundamental para a formação de médicos humanistas e revolucionários. Para o MST a possibilidade de poder contar com os estudantes medicina também foi de grande valor, já que durante os 9 dias os estudantes trabalharam bastante para contribuir na melhoria da condição de saúde das comunidades, fundamentalmente trabalhando a promoção da saúde e a prevenção de enfermidades.

Viva a Brigada Estudantil de Saúde Sebastião da Maia!
Viva o MST!





quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Debate CUBA VIVE - O Socialismo e a Saúde na Revolução Cubana



83 anos da União da Juventude Comunista

A União da Juventude Comunista -UJC- e o Partido Comunista Brasileiro -PCB- convidam para a discussão:

CUBA VIVE: Socialismo e a Saúde na Revolução Cubana
com a participação de um estudante da Escola de Medicina Latino Americana – ELAM em Cuba, militante do núcleo Paulo Petry da UJC.
Dia: 19 de agosto
Horário: 16H
Local: Mini-auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas-CFH na Universidade Federal de Santa Catarina

terça-feira, 20 de julho de 2010

Encontro núcleo Paulo Petry com o núcleo da UJC do RJ.




Na última segunda-feira, dia 12, a camarada Tereza do núcleo Paulo Petry da UJC em Cuba reuniu-se com os camaradas da UJC/RJ. No encontro, que teve a participação do camarada Eduardo Serra do CC do PCB, a militante da UJC na ilha rebelde falou sobre as atividades de nossa organização junto aos estudantes brasileiros de medicina em Cuba e com companheiros e cmaaradas de todas as partes do globo. Debateram, também, as contradições enfrentadas pelo heróico povo cubano e sua firme convicção de seguir na construção do socialismo, rebatendo qualquer ameaça da corja imperialista. O encontro fortalece os vinculos entre os diversos núcleos da nossa organizacao, fundamental para o intercambio de experiencias. Os camaradas da UJC em Cuba se dispõem a contribuir com esse debate sempre que estiverem em terras brasileiras.



segunda-feira, 12 de julho de 2010

ELEIÇÕES 2010


cansado do voto afaz


cansado da vida
da vida sem norte
da vida de morte
em que resta o esperar

cansado do sono
do sono calado
do sono assustado
que não pode enfrentar

cansado das promessas de sorte
que safados de porte
oferecem por seu voto afaz

cansado dos muitos sonhos do norte
que o império dos mil fortes
impõe com sua romana paz

Otávio Dutra
______________________________________

PCB, CONSTRUINDO O PODER POPULAR RUMO AO SOCIALISMO!


terça-feira, 22 de junho de 2010

Jornal Avante número 13


Periódico mensal do núcleo Paulo Petry, distribuido aos estudantes brasilerios em Cuba, às juventudes comunistas da América Latina representadas na Ilha Socialista, à UJC/Cuba e a diversos intelectuais marxistas cubanos.


A XIII edição publicada em junho de 2010.

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XI ediçãoarquivo em "pdf"
X ediçãoarquivo em "pdf"
IX ediçãoarquivo em "pdf"
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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Jornal Avante numero 12


Periódico mensal do núcleo Paulo Petry, distribuido aos estudantes brasilerios em Cuba, às juventudes comunistas da América Latina representadas na Ilha Socialista, à UJC/Cuba e a diversos intelectuais marxistas cubanos.


A XI edição publicada em maio de 2010.

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X ediçãoarquivo em "pdf"
IX ediçãoarquivo em "pdf"
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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Primeiro de maio em Havana

1 de Maio em Cuba
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A trabajar duro por la revolución
O dia 1 de maio é um dia especial para os trabalhadores do mundo, um dia de lutas, resistência e esperança. Sendo assim para os cubanos é dia de recordar os heróis do povo, fortalecer a unidade revolucionária e solidarizar-se com as lutas dos trabalhadores por todo mundo. É nesta pátria socialista também um dia de festa e de alegria de um povo livre e soberano. Nossa Juventude Comunista esteve presente no 1o de Maio da capital cubana, participando junto aos quase 1 milhão de cubanos e seguindo o lema histórica de Unión de Jóvenes Comunistas de Cuba: Estudo, Trabalho e Fuzil!
Neste 2010 o 1o de maio foi ainda mais importante para os trabalhadores cubanos, já que o imperialismo vem travando uma forte batalha ideológica, baseada em mentiras e manipulações grotescas, contra a revolução cubano e seu heróico povo. Os cubanos responderam com mais unidade que nunca, organização e verdade, em que a alegria continua sendo regada pela esperança de um mundo socialista.
Nossa UJC buscou contribuir modestamente nesta grande marcha, ajudando na organização dos estudantes da Escola Latino Americana de Medicina - ELAM, pintando faixas e empolgando com palavras de ordem de solidariedade a Cuba, aos 5 heróis cubanos, pela revolução latino americano e pelo socialismo.
Viva a Revolução Cubana!
Fora imperialismo da América Latina!
Viva o 1 de maio e a resistência dos trabalhadores em todo mundo!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Jornal Avante numero 11


Periódico mensal do núcleo Paulo Petry, distribuido aos estudantes brasilerios em Cuba, às juventudes comunistas da América Latina representadas na Ilha Socialista, à UJC/Cuba e a diversos intelectuais marxistas cubanos.


A XI edição publicada em maio de 2010.

XI ediçãoarquivo em "pdf"

Leia também as edições anteriores:

X ediçãoarquivo em "pdf"
IX ediçãoarquivo em "pdf"
VIII ediçãoarquivo em "pdf"
VII ediçãoarquivo em "pdf"
VI ediçãoarquivo em "pdf"
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terça-feira, 13 de abril de 2010

Trova do Núcleo Paulo Petry em homenagem 88 anos do PCB em Havana/Cuba

No dia 29 de março o núcleo Paulo Petry da UJC realizou uma atividade cultural em homenagem aos 88 anos do PCB, na Escola Latino Americana de Medicina (ELAM) em Havana-Cuba, resgatando a historia das lutas do nosso povo, nossos heróis e a incansável batalha do nosso histórico e presente partido. A atividade cumpriu seus objetivos, fortalecendo a imagem do PCB e da UJC junto aos centos de estudantes brasileiros em Cuba e contribuindo para resgatar o protagonismo do PCB junto ao movimento comunista na America Latina.  Além de apresentações teatrais, musicais e poemas, os jovens comunistas brasileiros homenagearam também os 110 anos de Gregório Bezerra, camarada de ferro e flor.
 
A trova contou com a presença de estudantes brasileiros e representações de diversas juventudes comunistas da América Latina, como JJCC do Chile, JUCO da Colômbia, JCP do Perú, FMLN de El Salvador, assim como MST, MMC, MAB e Juventude 5 de julho do PCML, além das saudações da  UJC de Cuba e do Instituto de Filosofia da Universidade de Havana. 
 
Viva os 88 anos do PCB!
Ousar lutar, ousar vencer!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Jornal Avante numero 10 - comemorativa ao 88 anos do PCB



Periódico mensal do núcleo Paulo Petry, distribuido aos estudantes brasilerios em Cuba, às juventudes comunistas da América Latina representadas na Ilha Socialista, à UJC/Cuba e a diversos intelectuais marxistas cubanos.

A X edição publicada em março de 2010.


X ediçãoarquivo em "pdf"

Leia também as edições anteriores:

IX ediçãoarquivo em "pdf"
VIII ediçãoarquivo em "pdf"
VII ediçãoarquivo em "pdf"
VI ediçãoarquivo em "pdf"
V Ediçãoarquivo em "pdf"
IV Ediçãoarquivo em "pdf"
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sábado, 13 de março de 2010

Gregório, Gregório (a Gregório Bezerra, camarada de sonhos, de vida)


impenetrável nordestino,

como casca de jabuti; duro

por fora, tenro

e terno

no lado interno.


impenetrável aos fantoches da repressão

e ao patrão da não vida,

da não justiça,

da não verdade.


nunca gritou de dor por seu corpo;

nunca reclamou de sua sede no sertão;

tampouco lutou contra sua fome,

por seu espaço, seu traço, seu maço

de notas de papel.


não viveu preso por

exigir sua própria liberdade, nunca,

em décadas de escuridão e agonia

nos calabouços de tirania.


não foi o egoísmo

que o forjou livre, foi seu povo

ainda mais martirizado,

tenso e leve.

seu povo criança

faminto e esquecido no sertão.


viver tantas vidas o libertou.

tornou-se ar e água,

pão e sonhos,

ontem, agora e amanhã;


viver tantas vidas o libertou

da culpa omissa

e da desculpa promíscua

de viver a própria vida.


recuperou a vida quitada

nos anos de solitárias imundas

dedicando-se à vida sofrida,

ao sertanejo,

ao gaúcho dos pampas.


tomou partido por seu povo

e tal partido por toda vida.

tornou-se ar e água,

pão e sonhos.

Gregório está ao meu lado

e ao teu.


Otávio Dutra


Homenagem aos 110 anos do camarada Gregório Bezerra (13 março de 1900 - 13 de outubro de 1983):

Gregório vive!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Trova aos 88 anos do PCB - Havana/Cuba


Convite para a trova que o coletivo da UJC/PCB realizará na Escola Latino Americana de Medicina - Havana/Cuba, em que já estao convidadas as delegacoes de diversas Juventudes Comunistas e movimentos sociais, intectuais marxistas cubanos e estudantes de todos os países de Nuestra América. Uma atividade em homenagem ao nosso PCB e seus 88 anos, que nos enche de esperança revolucionária.

Viva os 88 anos do PCB!
Viva os 110 anos de Gregório Bezerra!
Ousar lutar, ousar vencer!

terça-feira, 9 de março de 2010

Pela unidade comunista e pelas lutas latino americanas! Petry sempre presente!*

Da esquerda para a direita na mesa : Ivan Pinheiro, Ronald Rocha, Amauri Soares e Paulo Petry

Fotos da divulgaçao internacional do Forum de Unidade dos Comunistas - Venezuela 2006

No Brasil não podemos falar de solidariedade internacional sem mencionar o camarada Petry. Incansável em sua luta pela defesa da autodeterminação dos povos do mundo, Petry foi, é e sempre será um exemplo pra todos nós.

Paulo Ricardo Petry nasceu em Lageado, Rio grande do Sul. Iniciou sua militância no PCB em fins da década de 70, quando estudava Direito em Porto Alegre. Foi um importante líder estudantil em seus tempos de universitário. Acompanhou Luiz Carlos Prestes em suas autocríticas e críticas à política do Partido nos anos 80, sendo um dos fundadores da Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes, na qual militou por todos seus seguintes anos de vida.

Depois de graduado, Petry começa a atuar como advogado dos explorados, tendo como foco o movimento comunitário. Foi militante da União da Associações de Moradores de Porto Alegre (UAMPA) e da Federação Estadual das Associações de Moradores do RS (FRACAB). Nestas organizações ajudou a organizar a luta por moradia e pela legalização fundiária das favelas da capital gaúcha. Foi também sindicalista, atuando na Associação de Funcionários da Assembléia Legislativa do RS, onde trabalhava.

Incansável na luta de nosso povo ai não se deteve: cedo começou a compartir sua vida militante com nossos irmãos latino americanos. Nos anos 80 articulou e participou das Brigadas de Solidariedade em Cuba e na Nicarágua, além de contribuir na fundação do Instituto Olga Benário Prestes de solidariedade internacional. Entre 1984 e 86 participou da criação da Associação Cultural José Martí (ACJM) no Rio Grande do Sul, responsável pela difusão e organização da solidariedade com a Revolução Cubana, em que trabalhou ativamente por todos os anos seguintes de sua vida. Petry foi um dos protagonista na organização nacional das ACJM e no fortalecimento do movimento brasileiro de solidariedade e pela Autodeterminação da Ilha Socialista. Foi também um dos principais articuladores no Brasil da Escola Latino Americana de Medicina em Cuba, em que até seus últimos dias dedicou-se para transformar jovens do povo em médicos humanistas e revolucionários.

Seguindo o exemplo de unidade aprendido em tantos anos de trabalho com a Revolução Cubana, Petry foi um dos idealizadores do Fórum de Unidade dos Comunistas, junto aos camaradas do PCB e da Refundição Comunista, estando presente em sua fundação em novembro de 2005. Em janeiro de 2006 esteve na Venezuela para a divulgação internacional do Fórum, evento em que estiveram presentes diversas organizações comunistas da América Latina e de outras regiões do mundo.

Infelizmente, o incansável camarada não pode assistir o desenvolvimento daquilo que tanto sonhava, a reconstrução unitária do movimento comunista no Brasil, fator primordial e indispensável para a luta revolucionária em nosso pátria. Em 13 de julho de 2006 deixou a vida, mas seu exemplo de entrega e compromisso com nosso povo oprimido permanece presente nas novas gerações de comunistas. Um grande lutador que consagrou sua vida em defesa do movimento comunista e de sua unidade, do internacionalismo proletário e de Cuba Socialista.

Paulo Petry – sempre presente!

*Núcleo Paulo Petry da UJC.


sábado, 6 de março de 2010

20 anos sem Prestes - ele está mais presente que nunca!


Luiz Carlos Prestes: 20 anos sem o "Cavaleiro da Esperança"

Leia abaixo o discurso proferido neste domingo (7/3) por Marcus São Thiago, Secretário Geral do Instituto Luiz Carlos Prestes (ILCP) durante homenagem feita ao lutador do povo no Rio de Janeiro.

PRESTES VIVE!

Em 7 de março de 1990, desaparecia da vida cotidiana política do Brasil, o inesquecível Senador Luiz Carlos Prestes, nosso Cavaleiro da Esperança, na homenagem de Jorge Amado, sem dúvida um ícone revolucionário da América Latina e do Mundo.

Sua efetiva atuação histórica começou na década de 20, com a Coluna Prestes – o momento culminante do tenentismo – que reuniu um exército guerrilheiro de aproximadamente 1.500 homens e mulheres, comandados por uma dúzia de oficiais do Exército e da Força Pública de São Paulo, entre os quais se destacava Prestes. A Coluna percorreu 25.000 quilômetros, através de 13 estados do Brasil, derrotando 18 generais governistas, sem jamais ter sido desbaratada, apesar do enorme poderio bélico mobilizado contra ela. Inspirados nos ideais de “representação e justiça”, os “tenentes” batiam-se por conquistas como o voto secreto e pela moralização dos costumes políticos, corrompidos pelo domínio oligárquico em vigor durante a República Velha.

O assassinato da companheira de Prestes, Olga Benário, resultado de uma perseguição imposta pelo governo de Getúlio Vargas, que a entregou, com respaldo do Supremo Tribunal Federal, à Alemanha Nazista; as prisões; a clandestinidade; os exílios; a perseguição de vários governos ao Partido Comunista Brasileiro, do qual foi secretário geral por muitos anos - nada disso abalou sua convicção de dedicar sua vida à causa de um mundo melhor para todos. Prestes nos falava que guardava do testemunho de vida de Olga “a lição de que o ser humano resiste a qualquer provação com dignidade, quando a sua luta é pela justiça e liberdade”.

Prestes lutou uma vida inteira em prol do ser humano. Nunca se rendeu ao capital. Constituiu-se num exemplo de conduta reta na vida pública. Foi eleito senador, após 10 anos de prisão impostos pelo governo Vargas, e ajudou a elaborar a Constituinte de 1946, uma carta magna avançada para a época, graças à atuação e às propostas aprovadas pela bancada de deputados do PCB, como o direito de greve.

No período do golpe militar de 64, ainda secretário geral do partido, exilou-se em Moscou, por determinação do PCB, pois era o primeiro da lista de perseguições políticas do regime de exceção, que cassou o mandato do presidente João Goulart, de muitos políticos e, principalmente, de militantes de esquerda no país. Na sua volta do exílio, em outubro de 1979, o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, foi tomado por uma multidão de 10.000 pessoas, principalmente de correligionários, que queriam ver e ouvir uma das maiores lideranças políticas da América Latina no século passado. O “velho”, como era carinhosamente chamado nesta época por nós que militávamos com ele, discursou, de improviso, do teto de um automóvel e lembrou de citar, um por um, todos os membros do comitê central do PCB, “desaparecidos” pela ditadura que estava no fim.

Por muitos anos minha geração e outras não puderam estudar e conhecer melhor a história do Cavaleiro da Esperança, devido aos anos de arbítrio e restrição dos direitos civis, impostos pelos autoritários de plantão em vários períodos do século 20 no país, fantoches dos interesses imperialistas, que enxergavam e ainda enxergam em Prestes uma ameaça constante à manutenção de um sistema baseado na exploração do homem pelo homem.

A perseguição implacável exercida pelos representantes do capital, durante toda a sua vida, não foi suficiente para fazer calar em Prestes suas convicções socialistas, nem arrefecer seu ímpeto constante no combate ao capitalismo selvagem, que tanta desigualdade, miséria e exclusão social provoca no mundo. Por vezes surgiam divergências entre Prestes e companheiros de lutas quanto às táticas para combater o capitalismo. Nas discussões e embates travados só não abria mão de seus princípios. Não havia possibilidade de conciliar com o inconciliável. Por vezes, esta postura o deixou isolado politicamente. Não importava: seu maior compromisso era com o povo e com as lutas travadas para a sua efetiva libertação e avanços.
Sua maior virtude foi lutar e se entregar pelo que acreditava ser responsabilidade de todos: um mundo melhor. PATRIOTA, COMUNISTA E REVOLUCIONÁRIO, Prestes deixou um exemplo de dedicação integral ao povo brasileiro e à causa internacionalista do socialismo. Neste momento em especial, a classe política de nosso país deveria se mirar na sua conduta. Prestes, apesar de toda a sua liderança e importância histórica, faleceu sem possuir bens e sobrevivia apenas com a colaboração de alguns sinceros e dedicados companheiros de luta e ideais. Inclusive chegou a recusar ofertas e possibilidades legais de pensões e indenizações oferecidas pelo governo como reparação ao que passou nas mãos de seus algozes.

A fim de preservar o seu legado e acervo documental histórico, um grupo de companheiros e correligionários, capitaneados por Anita Prestes, fundou o INSTITUTO LUIZ CARLOS PRESTES, no Rio de Janeiro. As finalidades e atividades do ILCP pretendem envolver, fundamentalmente, a preservação documental e do acervo relacionado às vidas de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário Prestes, além da realização, no futuro, de atividades educacionais que visem promover o legado de Prestes junto às novas gerações e a inclusão social, através da implantação de projetos e programas. Além disso, o ILCP vai manter parceria e apoio constantes aos movimentos sociais, principalmente à luta pela reforma agrária, como instrumento fundamental para promover a inclusão social, através da maior riqueza e patrimônio desta nação e do seu povo: a terra.

No mais, fica a nossa convicção de que a conduta e o exemplo de Prestes servem à história deste país como referências permanentes para a construção de um Brasil bem melhor no futuro.
Seu exemplo de dedicação inabalável e intransigente, na causa de uma sociedade mais justa foi o maior legado que devemos transmitir às atuais e futuras gerações. Essa é a nossa grande responsabilidade! Suas idéias não morrerão jamais! Continuarão em cada um que faça da dedicação integral ao ser humano a verdadeira razão de sua existência, para a efetiva colaboração na construção de uma sociedade e mundo mais justos e melhores!

Prestes vive! Viva Prestes!

Marcus São Thiago
Advogado, Educador e Secretário Geral do ILCP- Rio de Janeiro

e o burguês se assusta



ALERTA!
ALERTA!
- Grita o gordo burguês -
O INIMIGO RESSURGE!

Avança a juventude comunista,
jovens rebeldes de uma classe roubada,
mancebos construtores da historia
desde um proletário
ponto vista.

Estes versos não exigem nem rima,
nem métrica,
nem mística;
preferem a linguagem popular
à erudita.

Avança a juventude comunista
dos sofridos filhos,
operários,
camponeses,
soldados;
dos alegres combatentes que não cessam
o sorriso de esperança,
por organizar, estudar e combater
na mais bela das lutas:
aquela dos homens e mulheres livres.

Avança a juventude comunista,
que resiste ao capataz
com sonho;
que resiste ao patrão
com voz unitária;
que resiste ao império sanguinário
com internacionalismo
proletário.

Esta è a juventude comunista
que pensavam estar morta
pelos muitos que dela mataram
com tortura; amargo.
Mas de algumas sementes dormentes,
de árvores fortes com raízes profundas,

ressurge - ousada
valente - armada
rebelde - organizada.

E comendo perdiz,
o gordo burguês se assusta;
agarra-se no topete da esposa.
Mas não pode resistir,
seu exército está minado de jovens revolucionários
letrados de Marx e Lênin,
e com a herança de Lamarca, Prestes e Olga Benário;
nas escolas,
nos campos,
e nas fabricas,
reconstruindo o partido comunista,
como instrumento de luta classista,
a juventude segue avançando.



Otávio Dutra

quarta-feira, 3 de março de 2010

51 anos de Revolução Cubana: socialismo é humanidade

Coletivo Paulo Petry*
Havana, 31 de dezembro de 2009



















O primeiro dia de cada novo ano é muito mais que o reveillon para um rebelde povo. Foi num dia como este, há 51 anos, que o heróico povo cubano livrou-se definitivamente das garras da grande águia do norte e iniciou seu próprio caminho de soberania, liberdade e justiça. O triunfo da revolução cubana é o culminar de quase 100 anos de incansáveis batalhas e sacrifícios das massas e seus verdadeiros heróis.

A cada novo ano de resistência socialista, o processo cubano nos enche de esperança revolucionária, com inquestionável exemplo de que os povos oprimidos do mundo podem escolher um caminho alternativo ao domínio imperialista e à exploração do capitalismo. Essa esperança torna-se ainda mais concreta se buscamos compreender a história deste processo, real e presente, que se forjou em um movimento de gerações revolucionárias. Façamos assim, um breve resgate histórico, que além de uma singela homenagem ao povo cubano é também um legado para o nosso próprio caminho revolucionário.

Recordemos que Cuba constituiu-se como colônia espanhola no século XVI e, desde então, sua economia foi baseada no trabalho do escravo negro e na produção açucareira. A partir de meados do século XIX acentuaram-se as contradições entre a metrópole e as elites crioulas locais, em virtude das crises econômicas mundiais de 1857 e 1866, da baixa nos preços do açúcar e da decadência do império espanhol. Tais contradições culminaram nas guerras de libertação nacional: a “Guerra dos 10 anos” (1868-1878), liderada por Carlos Manuel de Céspedes, e a Guerra de Independência (1895-1898), na qual surge o líder José Martí, um homem muito a frente de sua época, cujas idéias patriotas e humanistas, somadas a sua exemplar prática como revolucionário, o consagraram herói nacional de Cuba. Desde a guerra de independência Martí já alertava o perigo que vinha da América do Norte, em um chamado ao povo cubano pela sua real libertação.

Durante esse processo, o incipiente movimento das massas de trabalhadores, ainda com precárias formas de organização e politicamente pouco ativas, não pode fazer contraponto à força das classes senhoriais. Os chamados criollos não conduziram as lutas de libertação do domínio espanhol para uma revolução política contra ordem existente, temendo que o controle político militar do movimento se deslocasse para os grupos sociais identificados com a pressão popular por revolução democrática. Assim, as forças do movimento de libertação nacional foram canalizadas para uma “revolução dentro da ordem” que, assegurando a permanência das oligarquias, estabeleceu entre elas e os EUA um pacto que permitiu ir até o fundo a “modernização da colonização indireta”, a través da incorporação financeira e comercial de Cuba aos EUA. Em 10 de dezembro de 1898, com a assinatura do Tratado de Paris entre EUA e Espanha, Cuba deixou de ser colônia espanhola para estar subordinada ao imperialismo Ianque. Em 1º de janeiro de 1899 foi oficializada a ocupação militar estadunidense em Cuba. No ano de 1901 a Emenda Platt foi adicionada a Constituição cubana, permitindo a intervenção estadunidense em caso de seguridade nacional. Foi através de tal emenda, que os EUA criaram a base militar de Guantanamo, existente até hoje, mesmo com a abolição da Emenda Platt em 1934. Dessa maneira a burguesia internacional firmou suas garras em Cuba, realizando em 1902 a expropriação de terras dos camponeses por empresas como American Tobacco Company, Cuban American Sugar e a United Fruit Company.

O despertar cubano, ainda que sob a frustração do sonho patriótico, serviu como experiência para as lutas que se travariam nas décadas seguintes, sendo agora o crescente imperialismo dos EUA o principal inimigo, assim como já deixava claro José Martí.

No inicio do século XX se organiza o movimento operário em Cuba, bem como o movimento estudantil influenciados pelas conquistas da Revolução de Outubro, a Revolução Mexicana, e as reformas universitárias ocorridas em diversos países da América (como Argentina, Chile e Peru). São constantes greves obreiras e estudantis no país. Em 1904 Carlos Baliño (que fundou junto a Marti o Partido Revolucionário Cubano), fundou o Partido Socialista Obreiro, que se converteu em Partido Socialista de Cuba. Em 1923 foi fundada a Federação Estudantil Universitária, por Julio Antonio Mella, que em 1925, junto a Baliño, fundou o Partido Socialista Popular (equivalente ao primeiro Partido Comunista de Cuba). Em 1939 foi fundada a Confederação de Trabalhadores Cubanos.

A necessidade da luta antiimperialista volta com vigor no processo revolucionário iniciado em 1933, desencadeado pelos efeitos da crise do capital de 1929. A organização dos movimentos de massa, especialmente do movimento operário e estudantil, culminou com a derrocada do ditador Geraldo Machado e a instituição do chamado “Governo dos 100 dias” que foi duramente reprimido pelas forças Ianques. Tal movimento evidenciou o papel contra revolucionário da burguesia nacional e dos latifundiários, dependentes e associados aos interesses do Império.

No contexto pós II Guerra Mundial acirraram-se as contradições e a miséria no país, configurando marcadamente fortes condições objetivas para a retomada do processo revolucionário. Diante do crescimento do movimento de massas e da possibilidade de uma vitória eleitoral do partido ortodoxo (com ideais patrióticos e democráticos), em 1952 Fulgencio Batista aplicou um golpe de estado, novamente com amplo apoio das forças militares do norte.

As massas populares se opuseram a ditadura e sua atividade cresceu na mesma proporção ao agravamento da situação do país. O movimento operário foi ilegalizado, sendo a luta contra a ditadura organizada dentro dos sindicatos clandestinos, com orientação do Partido Socialista Popular.

Nesse processo desempenhou um papel determinante a vanguarda revolucionária que dirigiria as atividades das massas no sentido de terminar as tarefas iniciadas nas lutas contra o colonialismo espanhol e nos combates da geração de 1930. Fidel e Raúl Castro, Melba Hernandez, Haydeé e Abel Santamaría, junto a outros 117 jovens mártires, organizaram os corajosos ataques ao Quartel Moncada e ao Quartel Carlos Manuel de Céspedes, inaugurando uma nova fase na luta revolucionária cubana, em que a guerra civil oculta passava a ser aberta e a luta armada a forma fundamental de enfrentamento ao regime.

O ataque ao quartel Moncada em 26 de julho de 1953 teria como objetivo obter armas, dar a conhecer o movimento revolucionário que surgia e incorporar as grandes massas populares. O fracasso militar do assalto levou os revolucionários sobreviventes à prisão e à organização do Movimento 26 de Julho (M-26-7). Na cadeia, os revolucionários trataram de prepara-se teoricamente, ao mesmo tempo em que conduziam a organização e fortalecimento do movimento a través da campanha de anistia. É neste contexto que Fidel escreve sua magistral defesa que anunciava os princípios norteadores da revolução cubana: “A historia me absolverá”.

Trás sua saída da prisão, em 1955 os revolucionários são perseguidos e ameaçados. Fidel se exila no México e desde aí busca nos exilados cubanos o financiamento para o preparo militar do M-26-7, que seguiu se articulando e crescendo na ilha, com grande inserção no meio estudantil e operário. No México Fidel conhece Ernesto Guevara, que passa a ser conhecido como Che. Em 2 de dezembro de 1956 desembarcam 82 revolucionários em Cuba, depois de uma longa viagem desde o México a bordo do Iate Granma, entre eles Fidel, Raúl y Che. Esses, apoiados pelo forte movimento construído em solo cubano, iniciam o braço armado guerrilheiro na Sierra Maestra.

O M-26-7 unificou os combatentes do Diretório Revolucionário 13 de março, de José Antonio Echeverría, e o Partido Socialista Popular, de Blas Roca, em torno da estratégia revolucionária de libertação nacional, cuja luta antiimperialista constituiu um elemento central. O objetivo foi buscar, através da revolução nacional, a instauração da democracia, da soberania popular e um desenvolvimento independente. Palavras de ordem que de início serviam tanto ao proletariado como a setores da burguesia nacional, mas que forjaram as bases para um direcionamento socialista da revolução à medida que a organização das classes oprimidas ganhou espaço. Da unidade entre o M-26-7, o Diretório Revolucionário e o PSP surgiu o equivalente social e político do partido revolucionário, que abriu o caminho para a revolução das massas exploradas.

Com o triunfo da revolução em 1º de janeiro de 1959 os representantes das oligarquias e o imperialismo foram varridos do governo revolucionário recém instaurado. A radicalização do processo revolucionário cubano significou não apenas a criação do primeiro Estado socialista da América Latina, mas também a esperança e o exemplo dos povos oprimidos deste continente.

O dia 1º de janeiro foi apenas o inicio das vitórias contra o imperialismo e exploração do povo cubano. Neste mesmo ano, o governo revolucionário iniciou a nacionalização de empresas pertencentes ao grande capital internacional, entre estas 36 industrias açucareiras, que dominava 40% da produção de açúcar do país. Realizou-se também a primeira Reforma Agrária, que distribuiu 50% das terras cubanas a cerca de 600 mil famílias. Nacionalizou-se a saúde e a educação. Em 22 de dezembro de 1961, graças ao trabalho de mais de 100 mil jovens, professores e trabalhadores, Cuba se tornou o primeiro país da América livre de analfabetismo. Nesse mesmo ano Fidel Castro profere seu inesquecível discurso declarando a Revolução Cubana de caráter socialista.

Do triunfo revolucionário aos dias atuais

A medida que avançavam as conquistas o heróico povo cubano, crescia também a contra-ofensiva do império. Ainda em 1961 a CIA financia e organiza o ataque de 1200 mercenários a Playa Girón, cujas tropas foram derrotadas pelo povo combatente. Foi então que para organizar o povo cubano e defender suas conquistas foram criados os Comitês de Defesa da Revolução – CDR, possibilitando a construção do socialismo e da democracia popular em cada bairro. Depois desse, vieram muitos outros ataques, como a explosão de uma avião em 1976 que matou 73 pessoas, cujo autor, Juan Posadas Carrilles, segue livre baixo proteção ianque.

Além dos ataques terroristas, em 1962 EUA expulsa Cuba da Organização dos Estados Americanos, OEA, e declara o bloqueio econômico à Ilha, buscando impedir que outros países comercializem ou desenvolvam qualquer tipo de relação com este país. Com o bloqueio genocida, Cuba estreita suas relações com a União Soviética, através de acordos comerciais, militares e de solidariedade. Também nesse período, em 1965, concluiu-se o processo de unificação dos grupos revolucionários em um único partido. Dessa forma se constituiu o Partido Comunista de Cuba, de caráter marxista-leninista, com Fidel Castro como Secretário Geral.

Os feitos da revolução cubana seguiram impressionando nos anos seguintes. Em poucos anos Cuba desenvolve-se como potência científica em diversas áreas, como a medicina e a farmacologia. Torna-se o país com maior expectativa de vida e menor mortalidade infantil das Américas, números comparáveis aos mais desenvolvidos países europeus. Desenvolve-se no âmbito dos esportes e cultural, sendo, por exemplo, o país de todo mundo com o maior percentual de escritores per capita, mostra do nível intelectual alcançado pelo povo durante o socialismo. Nas artes plásticas, na dança, na música, no cinema e no teatro a revolução deixou também sua marca: um povo culto é um povo livre, parafraseando José Martí.

O socialismo cubano também não acabou em si mesmo. Os cubanos deixaram marcas de emancipação em diversos países. Na África, para exemplificar, contribuíram com os esforços para a libertação nacional de várias nações, como Angola, Etiópia, Congo e Moçambique, sendo sua participação fundamental para o fim do regime Apartheid na África do Sul.

Na década de 80 os acordos com o campo socialista passaram a responder por 85% do intercambio de mercadorias realizadas por Cuba. Na década de 90, com a desintegração da URSS e do socialismo no leste europeu, teve inicio uma das épocas mais difíceis da história do aguerrido povo cubano: o período especial.

No primeiro ano após a dissolução do campo socialista do leste europeu e da União Soviética, o produto interno bruto decaiu 33%. A questão energética foi uma das mais prejudicadas, colapsando o transporte. Um exemplo do caos gerado foram as muitas safras de alimentos que apodreceram no campo, já que sem combustível para o transporte não podiam ser deslocadas às cidades. Faltavam alimentos, remédios e outros produtos essenciais. Nesse contexto, o cruel bloqueio imperialista tornou-se ainda mais perverso.

Mesmo com tamanhas dificuldades, em pleno período especial, o povo cubano ratifica sua vontade de seguir construindo o socialismo em plebiscito nacional, com mais de 90% dos votos e uma participação de quase 100% da população. Talvez, por tão heróica resistência e convicção do rumo escolhido, que Fidel considera o Período Especial “o mais glorioso dos 50 anos da Revolução Cubana”. Nessa etapa as idéias criativas para superar as dificuldades foram muitas, como o desenvolvimento de um efetivo programa de agricultura urbana, referencia mundial, que hoje emprega cerca de 400 mil cubanos e produz alimentos para milhões.

Em contraponto, o período especial gerou também uma serie de novas contradições cujas soluções tornaram-se, atualmente, os principais desafios para o avanço do socialismo em Cuba. Para reverter o processo de carência e dependência econômica criaram-se diversas empresas mistas (parcerias entre o Estado - sócio majoritário – e empresas capitalistas), com a finalidade de aumentar e diversificar a produção agrícola e industrial. Para incrementar a arrecadação do Estado, Cuba foi obrigada a abrir-se ao predatório turismo internacional.

Com tais medidas, Cuba pôde evitar a ofensiva da contra-revolução capitalista e manter as mais importantes conquistas da revolução. No entanto, este longo período de dificuldades materiais foi bastante marcante na determinação da consciência social. Um grande contingente de cubanos deixou o país durantes os anos do período especial, e problemas como a prostituição, o mercado negro e a corrupção, tornaram-se presentes. As desigualdades internas foram intensificadas, especialmente quanto à valoração do trabalho: um trabalhador do turismo, um taxista particular, alguém que recebe dinheiro de um familiar no exterior ou que aluga um quarto para estrangeiros têm maiores possibilidades de consumo que um exemplar operário, um médico ou um reconhecido professor universitário.

Essas contradições têm sido os maiores desafios do Estado cubano, do Partido Comunista e das organizações de massa do povo. A fim de avançar na superação delas, o governo revolucionário tem proposto à população uma série de reformas - cabe ressaltar que elas têm um caráter absolutamente distinto das contra-reformas que vem sendo aplicadas no Brasil. Uma delas trata da legislação trabalhista e objetiva aumentar a produtividade industrial e a agilidade dos serviços, por meio de incentivos materiais aos trabalhadores mais dedicados e comprometidos com a revolução. Tal medida vem no sentido de reafirmar o principio socialista de “receber de acordo com seu próprio trabalho e esforço”, rumando assim no sentido de diminuir a burocratização dos serviços e a corrupção, que estagnam a produção. Outra importante medida adotada recentemente é a distribuição das terras ociosas do Estado aos pequenos agricultores e a garantia de condições para produzir, com o objetivo de aproximar Cuba da soberania alimentar.
Mesmo com tantas dificuldades, Cuba segue sendo vanguarda ao que se refere a solidariedade internacional. Atualmente estudam em Cuba cerca de 50 mil estudantes estrangeiros, dos mais diversos cursos universitárias, sendo a maioria medicina. Além disso, são bastante conhecidas as missões cubanas de solidariedade na área de saúde e educação, hoje presentes em mais de 70 países, em especial aos que estão em guerra ou que sofrem de catástrofes naturais. Somente na Venezuela são mais de 35 mil cubanos, entre médicos, profissionais da saúde e educadores. Outro relevante exemplo do internacionalismo do socialismo cubano é o projeto Escola Latino Americana de Medicina - ELAM, idealizado pelo Comandante Fidel Castro em um momento em que toda a América Central havia sido assolada por três furacões. Este ano o projeto comemorou 10 anos de existência, com uma grande quantidade de médicos atuando em toda a América Latina, incluindo por exemplo a fundação de hospitais populares. Atualmente, cerca de mil brasileiros estudam em Cuba.

Ainda assim os ataques imperialistas não cessam. O assassino bloqueio segue vigente, mesmo com as sucessivas votações contrarias nas assembléias da ONU, em que apenas 3 nações do mundo se mantêm favoráveis a sua continuidade. Os prejuízos para Cuba são incalculáveis: em apenas 8 horas de bloqueio o governo cubano poderia reparar cerca de 40 creches ou em 1 dia comprar 139 ônibus de transporte urbano. O caso dos cinco heróis cubanos é outro exemplo da desumanidade que impõe o monstro do norte - como definia Simon Bolívar – presos por lutar contra o terrorismo dos EUA.

Muitos insistem em deturpar o caminho escolhido pelo povo cubano, mas os fatos não escondem a verdade: em 51 anos o socialismo humanizou a sociedade cubana. Cuba é o único país das Américas em que a violência, tão crescente no Brasil, é insignificante. Havana, uma capital com quase 3 milhões de habitantes, é tão tranqüila quanto uma pacata cidade do interior, em que assassinatos e seqüestros ficam restritos aos romances policiais. Cuba é um país que trabalha cotidianamente para superar a desigualdade de direitos entre os gêneros, para superar o racismo, a discriminação e tantas formas de opressão, tão enraizadas em nossas sociedades. Outros não cansam de afirmar que a Revolução Cubana é coisa do passado e que o socialismo morreu junto a URSS. Para esses respondemos que não somente é presente o socialismo em Cuba, mas que vem fortalecendo seus princípios e ideais à medida que avançam os processos revolucionários na América Latina. Em contrapartida, processos como o venezuelano e o boliviano, sem a Revolução Cubana provavelmente não existiriam e o caminho da barbárie a que conduz o capitalismo aparentaria ser a única via para a humanidade. Cuba e o socialismo nos permitem seguir sonhando com a utopia de um mundo humano, no mesmo sentido em que dedicaram suas vidas tantos mártires nesses 51 anos de revolução. Por eles e pelas gerações futuras o povo cubano jamais abandonará as trincheiras conquistadas.


*Núcleo da UJC em La Habana/Cuba, formado por estudantes de medicina.