quinta-feira, 19 de agosto de 2010

BRIGADA ESTUDANTIL DE SAÚDE - NORDESTE


Avaliaçao da BES-nordeste por um militante da UJC




Nós da brigada estudantil de saúde tivemos dois dias na cidade de Carius, Ceará em um distrito chamado Caipu, passamos visitando a comunidade porta em porta coletando dados para analisar e dar soluções.
Pra nós estudantes de medicina em Cuba é uma experiência enorme sair de Cuba conhecendo o sistema de saúde cubano e comparar com o SUS, em muitas regiões brasileiras principalmente nas zonas rurais.
No eixo socioeconômico percebemos uma grande desigualdade social, muitas pessoas não tem nem uma moradia familiar decente, essas moradias são inadequadas, por exemplo, as casas de taipa é um fator de risco, por que favorece o desenvolvimento de vetores que transmite doenças como chagas. A falta de saneamento falta de banheiro, coleta de lixo tudo isso favorece ao surgimento de muitas doenças. A alimentação é dos requisitos principais para uma boa saúde, mas observamos que nem todas as família podem ter uma alimentação de qualidade por falta de emprego e de uma boa renda para poder comprar o necessário para uma boa dieta. O analfabetismo também é um grande problema de saúde os analfabetos não têm tanto acesso a informações no que muitas vezes os tornam rígidos colaborar na própria atenção primaria.
Por outro lado fomos até a cidade para sentir um pouco as diferenças que existem entre os dois lados o que eu de forma diferenciada “saúde do campo e saúde da cidade e/ou urbana”, percebemos que o sistema único de saúde não esta respeitando as diferenças culturais e socioeconômicas, todos os serviços de saúde fazem com que a comunidade se adapte ao posto ou centro de saúde, de onde recebem atenção primaria, isso é extremadamente errado o que deveria ser de tal forma: o serviço de saúde devem se adaptar as comunidades as diferentes realidades, vou citar um exemplo que presenciei aqui em Fortaleza em um centro de saúde, na área de atendimento deste centro existe um morro, periferia da cidade parte mais pobre desta capital, neste morro existem atualmente uma grande rivalidade entre gangues deste mesmo local, resulta que muita gente não podem ir até o centro de saúde porque se o encontram matam só porque fazem parte de outra área, os medico de família dentre eles maioria formados em Cuba e outros profissionais Veterinário, preparador físico e outros que compõem a equipe multidisciplinar assim chamada por eles, resolveram fazer o atendimento domiciliar dentro do morro, onde são respeitados e protegidos pelos próprios moradores, lá previnem, consultam, medicam, acompanham as crianças. Eu entrei e fiz esta analise de que se eles não se adaptassem as questões culturais e socioeconômicas desta comunidade já, mas estariam fazem atenção primaria.
Hoje em nosso país a atenção primaria quase não funciona, porque os médicos não querem ser médicos de família do povo, querem seguir no modelos liberal privatista onde tem que andar de branco esta em uma sala com ar-condicionado receitando e curando sem prevenir. Já a atenção secundaria e terciária esta a maior quantidade de profissionais da saúde, porque fizeram da saúde do povo uma mercadoria onde o produto é o povo doente, pra que eles vão prevenir?
Por isso não querem aceitar nós médicos formados em Cuba onde a maioria se desafia em trabalhar na atenção primaria da saúde promovendo e prevenindo, lutando contra as desigualdades sociais, por se queremos fazer medicina e dar saúde pra o povo o médicos tem que lutar contra as desigualdades sociais, água tratada para todos, moradia adequada para todos, alimentação saudável para todos, escolaridade para terem profissionais de todos as áreas não só da saúde como da educação e que seja igual para todos. Não sendo assim seremos médicos, mas não faremos medicina.

Saúde: por justiça social e soberania popular!

Joelson Santos, militante do MST/PE e do núcleo Paulo Petry da UJC

Um comentário:

  1. Me desculpe, mas pelo que está exposto, o médico faz a visita domiciliar dos pacientes que não podem vir à central de atendimento. Não vi sequer um ponto onde a culpa da situação seja do médico que faz o atendimento, mas sim dos políticos locais que não tem interesse em resolver a situação: saneamento não dá voto!
    Lembrando que Fortaleza por dois mandatos foi gerida por governo de inspiração socialista....

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